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Leite    
Problemas nos cascos: comuns e muito prejudiciais
Presente na maior parte dos rebanhos leiteiros em regiões úmidas, problemas com cascos compromentem performance e rentabilidade do criatório
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Marcelo Pimentel
03/10/2014

Problema grave, que abre as portas para vários tipos de enfermidades e compromete produtividade e rentabilidade do criatório, as doenças de casco estão em grande parte do rebanho leiteiro, sobretudo, nas regiões de clima mais úmido.

De acordo com o Frederik Jans Mulder, zootecnista com especialização em podologia bovina na Holanda e prestador de serviço de casqueamento para a ITC do Brasil, o gado leiteiro com problemas de casco apresenta queda drástica na produção de leite, nos índices de fertilidade, com maior tempo de intervalo entre partos, e aumento no risco de mastites.

Além disso, o zootecnista que atua na região de Castro, PR,destaca que problemas de casco demandam muito mais trabalho, maiores custos de tratamento e são frequentemente causadores de descarte precoce dos animais (ouça a entrevista completa).

Dentre as principais doenças estão o conjunto de dermatite digital, dermatite interdigital, flegmão interdigital, hiperplasia interdigital (gabarro), doença da linha branca, erosão do talão, pododermatite asséptica difusa (laminite), pododermatite asséptica localizada, pododermatite circunscrita, pododermatite do paradígito e pododermatite séptica.

“Isto ocorre devido à pouca movimentação dos animais e ao piso muitas vezes inadequado e a alta umidade (fezes e urina) a qual são submetidos, e nos sistemas a pasto onde o animal corre mais risco de se machucar, e sofre influencia do barro, que por sua vez pode ser o fator predisponente para disseminação de alguma doença. Uma vaca com dor nos cascos terá dificuldade de se locomover, consequentemente, ficará menos tempo de pé o que acarretará em menor ingestão de comida e posterior queda na produção de leite”, explica.

Laminite, um dos problemas mais comuns nos cascos

Sintomas
Dermatites Digitais (mortellaro) e Interdigitais - Existe uma manifestação variada dessas lesões. Como o próprio nome indica, elas têm seu início na pele. Aparecem entre as unhas, por cima dos talões e caminham em direção à articulação ou para dentro da unha, se a infecção não for controlada em tempo. São lesões altamente dolorosas, onde os animais geralmente claudicam.

Flegmão Interdigital - Há uma inflamação rápida de toda pele entre os dedos, temperatura elevada, queda de produção e dor intensa. Depois de um ou dois dias, a pele começa apodrecer e gera um odor extremamente pútrido, formando-se uma fenda profunda entre os dígitos, no local da pele apodrecida.

Inflamação da Terceira Falange - É uma lesão, provavelmente, causa claudicação mais séria. Ela pode aparecer de um Flegmão Interdigital mal curado ou de uma fissura vertical que passe despercebida. Aparece uma inflamação rosada por cima da faixa coronária, fenda entre as unhas, ou descarga purulenta por cima da coroa. Esta lesão é a mais problemática, pois sua resolução é quase uma intervenção cirúrgica, seja para amputar a unha acometida, seja pra drenar a articulação.

Existem outras manifestações das dermatites, tais como destruição da pele entre os dedos, causadas pelas dermatites que podem destruir o tecido córneo e o tecido mole entre os bulbos dos talões, formando uma lesão em forma de "V" de cor escura, ou ainda, aparecem lesões de formas arredondadas próximas aos bulbos dos talões de cor vermelha brilhante; outras vezes têm proliferações de papilas córneas com aglutinação de pêlos e, às vezes, úlceras.

Todas as principais doenças descritas são de origem infecciosa e têm como agente um germe ambiental, que é um oportunista e se aproveita de uma lesão mínima prévia da pele para se multiplicar e causar alteração do animal.

Na prática, as doenças impactam sobre a produtividade do criatório com a queda de produção, em função do estresse causado pela dor do animal e a falta de mobilidade até para se alimentar. A reprodução também é comprometida, pois animais com afecções de casco não realizam a monta, o que prejudica a identificação do cio. A concepção em animais mancos é menor.

A mastite também pode ser ocasionada. Os tratamentos requerem alto custo com medicamentos, descarte de leite com resíduos de medicamentos, necessidade de mão de obra especializada, aumento da mão de obra na rotina. Há ainda os descartes involuntários e precoces, a menor longevidade de animais e até as mortes decorrentes de complicações das afecções de casco.

“Ainda não temos uma estatística real, mas calcula-se que a incidência anual de manqueiras no rebanho é de 60%, sendo os abscessos de sola e talão, a úlcera de sola e a dermatite digital as causas mais presentes”, observa Mulder.

Casqueamento deve ser feito de modo preventivo duas vezes ao ano

A melhor forma de controle dos problemas é a observação diária de todos os animais para detectar precocemente eventuais alterações. Mulder enumera as ações:
• Separar os doentes dos demais, pois as alterações podem ser contagiosas;
• Fazer a retirada de fezes, onde os animais passam a maior parte do tempo, o maior número de vezes possíveis durante o dia;
• Evitar que os animais caminhem muito e, sobretudo, em terrenos com cascalhos, pedras ou qualquer outra coisa que possa causar danos aos cascos;
• Retirar lama em volta dos bebedouros, cochos etc. De preferência, concretar ao redor desses;
• Jogar cal virgem, periodicamente, nos locais de maior concentração. Colocar terra nova nos buracos que se formam próximos aos bebedouros, cochos etc;
• Fazer casqueamento periódico em todos os animais;
• Fazer com que todos os animais passem pelo pedilúvio pelo menos duas vezes por semana. Antes do compartimento da solução do pedilúvio, deve-se construir um lavapés bem amplo para que o animal possa retirar o excesso de sujidade dos pés antes de chegar até solução do pedilúvio, para que essa tenha ação direta nos pés dos animais. A solução deve ser trocada sempre que tiver muita matéria orgânica. A água do lava-pés deve ser trocada todas as vezes que os animais passarem por ela. Se o número de animais for grande, ela deve ser trocada mais vezes durante a passagem.

O controle deve ser contínuo, com limpeza e casqueamento para os animais confinados no mínimo 2 vezes por ano para evitar futuros problemas como descarte e baixa produção.

Mais informações podem ser obtidas no site www.itcdobrasil.com.br ou através do e-mail do próprio zootecnista: mesmulder@gmail.com.

Reportagem exclusiva originalmente publicada em 27/08/2012

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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Prof. de Clínica médica de grandes animais. Dr. Charles Ferreira Martins - UFPEL, RS
30/08/2012 13:36:44
Saliento para importância da laminite em rebanhos leiteiros. Esta enfermidade está diretamente relacionada a sinais clínicos digitais de Hemorragia solar, Abscesso de sola, Hemorragia na linha branca, Abscesso de talão, Hemorragia na parede do casco, Abscesso de linha branca, Hemorragia no talão, Sola macia e amarelada, Úlceras de sola, Sola dupla, Úlcera de pinça, Fenda na muralha, Alargamento da linha branca, Linhas de estresse bem marcadas na parede do casco (linhas horizontais), entre outras.
Na atualidade, existem evidências concretas de pelo menos três mecanismos desencadeantes do processo fisiopatológico, que devem estar relacionados entre si. A ativação das enzimas metaloproteinases no cório laminar decorrentes da absorção de toxinas bacterianas gram-positivas (POLLITT e VISSER, 2010), a migração de células inflamatórias para o cório laminar decorrente de uma resposta inflamatória sistêmica (BELKNAP et al., 2009; FALEIROS et al., 2009) e as alterações laminares decorrentes do aumento das concentrações circulantes de insulina (NOURIAN et al., 2009).

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